Despeço
artistas: Gustavo Torres e Felipe Norkus (RJ)
Em despeço utilizamos material imagético e sonoro anterior a nós, concebidos com outros significados, para outra finalidade. Projetamos loops de memória em super 8, fruto de filmagens caseiras descartadas adquiridas em feiras, ordenados e articulados de acordo com suas próprias aproximações naturalizadas. São postas à vista para serem lembradas, cada retorno do loop constitui uma nova camada de uma lembrança não vivida, ou o engatilhar de um dispositivo de lembrança intima ativado pela memória alheia. Os loops são dessincronizados, por tanto a imagem completa é sempre diferente, mesmo que compostas pelas mesmas imagens, a cada repetição: a diferença. A performance é construída como uma composição de imagens editadas e sons processados que, habitando o mesmo espaço e tempo, se transformam em um corpo único porém inacabado, que d esiste d esta tarefa impossível e mergulha em seu fim inevitável, a destruição dos filmes, que queimam num contato histérico (por atenção) com o calor da lâmpada (o elemento que garante sua projeção). Um elogio ao esquecimento.
O Funcionamento do projetor, aquele que nos faz ver as imagens em movimento, é a matéria prima do som. O som dos projetores evidenciado e modelado, assim como nossa presença e do aparato técnico necessário, está para contradizer qualquer resquício de factual impregnado pelo lembrar, está para revelar o caráter construtivo de cada lembrança, da memória.
AVAV [ 32 ]
16/7/2015
Despeço às 21h40
Epicentro Cultural
Rua Paulistânia, 66. Sumarezinho.
São Paulo-SP
(a três quadras do metrô vila madalena)
entrada livre e franca
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Esta obra é apoiada pelo Governo do Estado de São Paulo / Secretaria de Estado da Cultura — Programa de Ação Cultural 2015.