A paulistana Juliana Russo ingressou em 1996 na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e, a partir de então, passou a produzir periodicamente desenhos e pinturas. Duas séries de pinturas em tinta acrílica produzidas em 2002, Retrato e São Paulo, podem ser consideradas o marco inicial desta produção, que rapidamente lhe abriu as portas do mercado editorial. Como ilustradora, Juliana já teve trabalhos publicados em jornais como Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, revistas como Bravo!, Superinteressante, Época, Vida Simples, Trip, TPM, Gloss, Capricho, Galileu, Gol, Continuum e em publicações internacionais, a exemplo da espanhola Rojo, da francesa Étapes e da norte-americana New York Arts. Essa experiência levou Juliana a se tornar membro do grupo Urban Sketchers, com artistas do mundo unidos pela paixão por desenhar cidades. As linhas características de suas ilustrações correram paralelas à sua produção artística. Selecionada em um edital da Funarte, Juliana participou da mostra Espaços (2008), além do 15º Salão de Arte da Bahia (2008/2009), com o trabalho mata e da 9º Bienal de Arquitetura (2011) com um cartaz do projeto jornalístico Cidades para Pessoas. A matéria prima de seu trabalho sempre foi a observação da cidade. A relação com os espaços urbanos a levou a participar do projeto Parque para Brincar e Pensar, uma intervenção artística e urbanística feita na favela da comunidade Brás de Abreu com a participação e o envolvimento de moradores locais para a construção de um parque que resignificasse sua relação com o entorno. Esse é apenas um dos exemplos de como seu trabalho, além de publicações editoriais e galerias de arte, também está presente nas ruas. “Nasci em São Paulo e estou impregnada por esta cidade; ando pelas ruas investigando sua arquitetura desordenada, seus estranhos monumentos de concreto, seus grafites, seus lambe-lambes. Tenho um gosto especial pela arquitetura antiga perdida no meio dos edifícios e avenidas. E pelas pessoas, as tribos de jovens, os velhos, os excluídos. Todas essas imagens me servem de material para a criação dos meus desenhos. Meu maior interesse é em relação à retomada do espaço urbano, à intervenção e ao diálogo com a cidade. Meu desejo é que a arte se aproxime mais da vida, do cotidiano, que se torne mais acessível e não se limite aos espaços de galerias e museus, que ocupe espaços alternativos, inusitados e que seja uma arte de reflexão e crítica do que vivemos”, resume.